sábado, 24 de março de 2007


a cama está molhada do meu suor. deitei lá por um tempo apenas querendo dormir para esquecer, mas aconteceu o contrário: tive um pequeno sono entrecortado onde dormi e acordei várias vezes, sempre assustado e certo de que havia outra pessoa na casa. levantei inúmeras vezes para olhar o que eu já sabia: não tinha ninguém. deito novamente com a garganta prendendo uma vontade de chorar, olho o nosferatu clássico passando na televisão e sua figura aumenta a tristeza em mim. durmo mais um pouco e sonho que ela estava aqui, estava ali naquela cama, que tinha vindo apesar de todas as minhas considerações, que estava se deliciando em mim porque hoje é sábado e sábado pode-se tudo já que somente na segunda feira, assumimos o que realmente somos, deixando para trás nossas fraquezas de fim de semana que ninguém imagina. era sonho também. apenas nosferatu é verdade. procuro a geladeira e tomo um litro inteiro de coca cola para refrescar, coca cola que engorda e faz crescer. imediatamente antes de deitar, tive uma forte crise de pânico e felizes são os que já ouviram falar, mas nunca tiveram essas coisas. na crise de pânico vem uma sensação de morte imediata acompanhada de grande angústia, tudo inexplicado mas cercado de convenientes sensações físicas. durmo e acordo com um vento que invade tudo e torço para que já seja domingo. não é. passo no computador e ela está trocando de roupa, vindo de uma e seguindo para outra atividade, desse mundo dela, com agenda apertada que solidifica tudo o que penso, que me mostra como é a vida dessas pessoas tão distantes de mim. a vida dos reis, rainhas, bispos e peões. que coisa triste meu deus! como eu sou patético em fingir para mim mesmo que sou uma coisa que não sou, em descrever uma vida usando de uma certa fantasia, de uma literatura barata em essência, narrativa glamourosa de uma vida madíocre que, se seguida por esses sítios, dão a entender o que não são. sou não um escritor. somente um mentiroso.

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